Música da Morte
A Música da Morte, a nebulosa,
estranha, imensa música sombria,
passa a tremer pela minh’alma e fria
gela, fica a tremer, maravilhosa...
Onda nervosa e atroz, onda nervosa,
letes sinistro e torvo da agonia,
recresce a lacinante sinfonia,
sobe, numa volúpia dolorosa...
Sobe, recresce, tumultuando e amarga,
tremenda, absurda, imponderada e larga,
de pavores e trevas alucina...
E alucinando e em trevas delirando,
como um ópio letal, vertiginado,
os meus nervos, letárgico, fascina...
Cruz e Sousa
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