A Fera
A fera estava a minha espreita.
Seu olhar maligno não deixava dúvida das suas intenções. Observando pelas grades a fera se movia silenciosamente como uma serpente, ziguezagueando pelos cantos de seu território. De longe era possível ver a enganosa pele da fera, que tratava de parecer o mais agradável possível, titubeando entre os tons cinza.
Nunca consegui derrotá-lo.
De todas as nossas lutas saímos com honrosas cicatrizes de batalha. Enquanto a fera cravava seus dentes e garras sobre mim, eu tentava derrotá-la com meus melhores golpes de pugilismo. Apenas um único sábio consegue domar aquela criatura silvícola, porém embora eu o tenha procurado, não o encontrei.
Faltava pouco tempo.
Eu necessitava enfrentá-lo, ganhar meus honorários por mais uma batalha vencida, suas patas já estavam banhadas em sangue das últimas batalhas. Uma barreira intransponível de crueldade era emanada dos olhos frígidos e azuis da fera.
Abri o portão devagar.
Ambos estávamos retesados, a postos para mais uma disputa sangrenta e cruel. Então eu desci do meu nível seguro. Eu e a fera ficamos frente a frente, meus cabelos sendo agitados ao vento e o rabo da fera cortando o ar.
Então avançamos!
Porém, para a minha sorte, o sábio chegou para domar a fera.
Então meu pai pegou Lucky, meu gato de estimação, e eu consegui pegar minha bicicleta.
Não é dessa vez, mas iremos acertar nossas pelejas, felino.
Cícero Vítor