quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Bloco de Notas: Perdido de Cícero Vítor

Perdido

Eu acabei caindo no céu,
Abrindo em vez de fechar,
Dividido entre morrer e amar.

Um labirinto entroncado,
Dificulta meu andado,
Me prendendo em suas paredes.

Perdi minhas faculdades,
Joguei tudo no poço,
Sem dó, pena ou remorso.

Fico dividido na vida.
Dividido pela vida
Dividido entre minhas vidas.

Trocam-se os polos,
Regredindo os solos,
Voltamos para o mar.

Voltamos na vida,
Ou chegamos nela?
Quem sou eu nessa vida?

Cícero Vítor

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Blocos de Notas: Anjos de Cícero Vítor

Anjos

Míticos e colossais.
Fulguras de honra e valor.
Alor de puro amor,
Insípidos de males.

Alvos seres, Alvas asas.
Postos em túnicas,
Portadores de espadas únicas,
Luz purificadora suntuosa.

Descendentes celestes.
Criaturas Divinas.
Mais belo dos altíssimos zênites.

Ceifadores de almas.
Criaturas ferinas.
Almas humanas parônimas.

Cícero Vítor

Bloco de Notas: Dúvidas de Cícero Vítor

Dúvidas

Queria saber quem eu sou.
Quem nós somos.
Sair de baixo destes escombros,
Que acobertam quem eu sou.

Soterrado de estrelas.
Todas brilhando.
Arfando por respostas.
Calma, também quero obtê-las.

Tudo,
Partindo do nada,
Tentando chegar a lugar algum.

Eu posso ser eu?
Eu posso ser você?
Quem podemos ser?

Cícero Vítor



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Bloco de Notas: A Fera de Cícero Vítor

A Fera

A fera estava a minha espreita.
Seu olhar maligno não deixava dúvida das suas intenções. Observando pelas grades a fera se movia silenciosamente como uma serpente, ziguezagueando pelos cantos de seu território. De longe era possível ver a enganosa pele da fera, que tratava de parecer o mais agradável possível, titubeando entre os tons cinza.
Nunca consegui derrotá-lo. 
De todas as nossas lutas saímos com honrosas cicatrizes de batalha. Enquanto a fera cravava seus dentes e garras sobre mim, eu tentava derrotá-la com meus melhores golpes de pugilismo. Apenas um único sábio consegue domar aquela criatura silvícola, porém embora eu o tenha procurado, não o encontrei.
Faltava pouco tempo.
Eu necessitava enfrentá-lo, ganhar meus honorários por mais uma batalha vencida, suas patas já estavam banhadas em sangue das últimas batalhas. Uma barreira intransponível de crueldade era emanada dos olhos frígidos e azuis da fera.
Abri o portão devagar.
Ambos estávamos retesados, a postos para mais uma disputa sangrenta e cruel. Então eu desci do meu nível seguro. Eu e a fera ficamos frente a frente, meus cabelos sendo agitados ao vento e o rabo da fera cortando o ar. 
Então avançamos!
Porém, para a minha sorte, o sábio chegou para domar a fera.
Então meu pai pegou Lucky, meu gato de estimação, e eu consegui pegar minha bicicleta.
Não é dessa vez, mas iremos acertar nossas pelejas, felino.

Cícero Vítor

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Bloco de Notas: Nuvens de Cícero Vítor

Nuvens

Vivem por sentimentos,
Chorando pelos barrancos
Gritando pelos flancos,

Almas presas no firmamento,
Observadoras, condoras...
Espectadoras da vida.

Ventos Abstratos,
Transforme, contorne...
Poesia disforme.

Cícero Vítor

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Bloco de Notas: Ódio de Cícero Vítor

Ódio

Ódio... Será que é, realmente, algo ruim? 
Não dizem que o equilíbrio é essencial?
Por que odiar seria, de todo, ruim?
Se eu odeio é porque eu amo intensamente.
A quem diz que o ódio é mancha,
Eu discordo, ódio é cor.
É um sentimento tão forte quanto amar.
Só que do avesso!
Não é isso que importa...
A beleza interior!?
Humanos foram feitos para sentir.
Desperdiçar um sentimento tão forte
É ignorar nossa natureza.
Odiar é tão verdadeiro quanto amar.

Cícero Vítor

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Bloco de Notas: Maldade de Cícero Vítor

Maldade

O coração pulsa em trevas.
Nobre maldade,
Tu corrompe,
Ou é corrompida?

Tragando os humanos,
Em bombas de nicotina,
Solte a santa fumaça,
Prove do gosto do filtro.

E aí? O que somos?
Apenas um mascado inútil?
Uma chaga de iniquidade?
Somos humanos ou maldade?
Não sei mais...

Cícero Vítor